sábado, julho 03, 2010

Linda boneca...

Afirmou a garota desiludida:
Encaixotei minha coleção de bonecas, achei que tinha crescido,
senti-me grande o suficiente para definir o amor e conhecer as estrelas,
achei-me boa demais para minhas bonecas mudas que costumavam me ouvir,
elevei-me e achei que poderia compreender o incompreendivel,
achei que era adulta, achei que conhecia a liberdade e até podia defini-la
E desde o momento que cresci, eu diminui.
passei a colecionar lágrimas e trago hoje um coração partido,
ao envolver-me em supostos amores, ao entregar-me a rótulos, ao igualar-me ao padrão
ao deixar de ser eu mesma, para me tornar o que 'tenho' que ser
ao abandonar-te nessa caixa escura minha linda boneca, abandonei a felicididade fácil
E durante diversos dias eu percorri ruas com um salto estupendo e uma maquiagem perfeita
durante centenas de noites eu dancei e até já chamei a bebida de felicidade
durante dezenas de dias eu pensei que conhecia a amizade, achei que tinha bons amigos
Fui o que todo mundo é, sem ter um porquê.
Segui o caminho que todos estavam seguindo, sem pensar qual era a estrada que eu queria trilhar
E hoje trago comigo a decepção, eu me decepcionei.
Me decepcionei quando me importei tanto com os outros,
Decepcionei meu coração quando entreguei-me a um amor, que só eu conhecia.
Decepcionei a você, doce brinquedo que fabrica sorrisos.
E hoje eu resolvi abrir essa caixa para conversar com você, linda boneca..
você hoje não tem mais graça para mim, mas sinto que me entende como ninguém,
hoje é dificil acreditar que você me escuta, como durante toda a infância acreditei, deliciosa ilusão!
mas é bom poder contar a alguém o que se pensa e sente, sem ter que ouvir a opnião crítica,
sem ter que sentir o tamanho do seu erro.
É mesmo difícil o tal de viver, minha linda boneca!
mesmo que encaixotada e até esquecida, considere-se mais feliz do que muita gente.
Considere-se graciosa e por favor me perdoe por coloca-la novamente no escuro..
Então a lágrima escorreu e lentamente ela deixou que o escuro devorasse a sua doce boneca,
sua tão companheira de felicidade que já não a ouvia mais.


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