sábado, julho 17, 2010

Tudo ou Nada?


Nem tudo que acabou deixou de ser infinito.
Nem tudo que te corrompe te faz mal.
Por que se pensar, perceberá: Os maiores erros são cometidos em segundos e até as maiores vidas um dia são abreviadas a um suspiro.
As piores despedidas ainda não foram compreendidas e os melhores encaixes não deixam de ser ainda um quebra-cabeça.
Por que nem tudo que mudou deixou de ser igual, da mesma forma que algumas perdas jamais serão recuperadas e algumas feridas jamais cicatrizadas.
Nem toda liberdade pro corpo substituirá a leveza de ter a consciência livre.
Nem toda força humana explicaria a força desconhecida da imaginação.
Por que de nada adianta caminhar sem saber pra onde se quer ir e de nada importa o desejo de possuir o que não se está preparado para receber.
Na maioria do tempo nos ocultamos em nós mesmos e fazemos do sorriso um esconderijo seguro, mas de nada adianta o sorriso nos olhos e a tristeza no olhar.
Se for intenso, todo o tempo não apagará o que em momentos pequenos se construiu.
E se for único, nem todas as repetições supostas substituirão, jamais.
Nem tudo que se é possível é simples.
Nem toda felicidade faz sorrir e nem toda lágrima carrega tristeza.
Por que durante muitas vezes o detalhe estragou o conteúdo todo e o erro pequeno tornou-se uma gaiola grande segurando o pássaro até então feliz.
Por que os nossos maiores amores um dia serão nossa dor e o nosso maior ódio um dia baterá aos nossos ombros e sussurrará: Quer uma ajuda?
Os grandes segredos um dia serão pó e um grande medo que um dia foi oculto, certo dia será o mistério a ser desvendado.
Dos piores seres aos anjos humanos.
Dos grandes protetores vestidos como nós até os simples odiosos.
Todos um dia encontrarão no nada, tudo.
E verão um dia em tudo, o gosto do nada.
E então suspirarão baixinho: De que me adianta o tudo se eu não conhecer o nada?
nada...

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