terça-feira, outubro 09, 2012

Só, Mariazinha, So(maria)zinha!

Mais um dia iniciara na Metrópole e Maria ainda sentia angústia
caminhava lentamente,
sozinha
entre tanta gente.
Odiava, sim
com todo ódio possivel
todo o barulho que a rodeava
buzinas, sirenes, alarmes, gritos e espirros
A vida parecia um fardo
não conseguia mais se olhar no espelho,
até sua própria presença a encomodava
Não havia ninguém por ela
ela não haveria de fazer nada por ninguém

Maria
Só Mariazinha
So(maria)zinha
Permanecia em seu silêncio
em sua autodestruição
insatisfação com o rumo da vida
Sozinha!
Colocou então seus fones de ouvido
ao batuque de um pandeiro, que dava ritmo
as suas pisadas, Maria estava leve
e se sentia livre,
não ouvia nada que não queria ouvir
Deseja apenas umas férias eternas da vida
e de si própria
Deslizando pelo chão, pisando leve,
sorrindo sozinha e sussurrando a letra da canção
Maria atravessou a rua olhando para o chão
Então,
por um instante, a música parou de tocar
e seu corpo estremeceu
tombou
sozinho no asfalto frio,
sentiu a roda de um caminhão esmagar suas costelas,
e depois a gritaria, o tumulto,
Maria ainda sentia parte da vida
então pareceu ouvir o som de uma sirene
e decidiu que estava na hora de tirar umas férias
Eterna.
Abraçou o asfalto e se entregou
Dizem por aí, que pouco antes de verem sua respiração sumir, viram Maria sorrir
Pudera,
talvez esse fora o instante mais feliz de sua vida
(ou morte).
Adeus Maria
zinha!
Só!

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