quinta-feira, junho 24, 2010

Então responda-me...

Me pego rindo da ingenuidade de algumas pessoas, que pensam que escondem seus amores. Ou então daquelas que pensam que conseguem ocultar a grande dor que traz consigo.
Observo isso quando faço companhia a rua solitária que tão cedo acordou, com os passos de alguns desiludidos e com as canções de alguns felizardos.
E escapa-me um sorriso novamente, por perceber a correria ameaçadora do dia-a-dia, por dar-me conta do quanto nos entregamos a rotina, esquecendo-nos da grande dádiva do sentimento.
Sinto-me incapaz de compreender por que esse ciclo certo, essa ganância que devora o coração dos homens. Acho que jamais entenderei o porque de tanto medo de demonstrar o que se sente, o porque de deixarmos para trás alguns momentos que hoje seriam grandes histórias.
Então mais uma vez o sorriso me visita e me pego pensando na possibilidade de perguntar a todo ser humano: Você é feliz? ou então: Você faz alguém feliz?
Observo que muitos limitariam seu olhar pensativo e pediriam para responder mais tarde. Entendo que outros irão omitir a verdade para não serem chamados infelizes. E poucos seriam os que confiantemente levantariam a cabeça e exclamariam: Sim!
Pois então diga-me se não for verdade o meu pensamento, talvez um pouco imaturo, mas acho um tanto sensato de que felicidade virou vaidade. Virou uma meta, tornou-se um dever. Como se felicidade fosse uma riqueza a ser encontrada em qualquer esquina.
Percebo que o ser-humano está tão pobre interiormente que é incapaz de sorrir, pelo sorriso do seu companheiro.
Rua solitária, que acolhe diariamente diversos pobres entristecidos correndo atrás de saciar sua ânsia de dinheiro, que jamais enriquecerá o que realmente importa. Rua que acolhe poucos sorridentes realmente satisfeitos com o que são.
Então pergunto-lhe com a vã esperança da resposta positiva: Você realmente conhece a felicidade?

2 comentários:

  1. Parabénssss Paulinhaaaa
    amei esse ....
    Eis que surge um grande escritora entre nós....
    Bjosssss

    ResponderExcluir
  2. Estupendo... há grandiosas e incontestáveis verdades em tuas palavras.
    Concordo quando dizes que nos entregamos loucamente à rotina, e nos martirizamos em nosso dia-a-dia tudo em prol de uma tal "felicidade" que na verdade nem sequer conhecemos. Nos afastamos desse ideal cada vez que perseguimo-lo.
    Há uma frase um tanto infantil que alguém disse(e eu não me recordo a autoria) mas que expressa um pouco dessa tua análise sobre a inconsequente busca pela felicidade, é a seguinte: "A felicidade é como uma borboleta, que, por mais que tu a persigas, não conseguirás apanhá-la, depois, quando já estiveres desistido de buscá-la, ela suavemente pousará em tua mão!"
    Acho esplêndido quando simplificas a felicidade a um sorriso, até porque, em muitas vezes, acabamos desaprendendo "o que é sorrir"... Fico feliz que não estou sozinho no mundo com esse pensamento...rsrsrsrs (a propósito, teu texto está muito bem redigido.)

    ResponderExcluir